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21 de janeiro de 2011

O Estalo de Napoleão - William Duggan


Título: O Estalo de Napoleão

Autor: William Duggan
Tradução de: Napoleon´s Glance
Editora: Francis
Ano: 2005
Páginas: 317
ISBN/EAN: 9-788589-380126


Nota da Editora:


Dez grandes estrategistas da história devem seus sucessos ao que os estudiosos das estratégias de guerra de Napoleão Bonaparte chamam de "coup d'oeil", um golpe de visão.


Este livro conta como dez grandes estrategistas da história devem seus sucessos ao que estudiosos das estratégias de guerra de Napoleão Bonaparte chamam de coup d'oeil, um golpe de visão ou estalo, que na verdade é o segredo do sucesso de Napoleão. Ele próprio não fez qualquer inovação, apenas estudou em detalhes as campanhas vencedoras de grandes generais que atuaram antes dele, até Alexandre o Grande, mais de dois mil anos antes. Napoleão imitou suas táticas, mas sempre com uma nova combinação que coubesse na presente situação.


Em O estalo de Napoleão, William Duggan mescla a história das idéias e biografias de grandes personalidades da história, e nos mostra a importância e o caráter decisivo do estalo para determinar a vitória na guerra, na arte, no movimento dos direitos civis, no desenvolvimento do Terceiro Mundo e na batalha pelo direito do voto das mulheres na América, com exemplos significativos como o de Miss Baker, Alice Paul, Joana D'arc, Patton entre outros.

Um comentário:

  1. Napoleão Bonaparte (i.e. Buonaparte!) foi, sem dúvida, um dos maiores, se não o maior estrategista da história.


    Vários foram os estudiosos que tentaram desvendar e teorizar os segredos da estratégia do "Pequeno Cabo" - como era conhecido entre a soldadesca francesa.
    Talvez a mais famosa seja 'Da Guerra' (Vom Kriege) de Carl von Clausewitz. Mas ler Clausewitz é acima de tudo um exercício de paciência. Obra densa: no vocabulário e fisicamente também, ultrapassa as mil páginas!


    Em 'O Estalo de Napoleão', o autor - William Duggan - mostra apartir do caso de Bonaparte, como o segredo da estratégia não está necessariamente na criação de coisas novas, mas na combinação de coisas existentes. E que essas combinações são frutos de "estalos" ou "golpes de vista" (do francês coup d'oeil) no "calor do combate". E Napoleão era mestre em explorar esses "estalos".


    Interessante que inicialmente, a estratégia de Napoleão foi mal-interpretada. O primeiro a teorizar sua estratégia foi justamente um traidor ex-subordinado seu, o suiço Antonie Jomini, que bandeou-se para o lado dos russos contra Bonaparte, e diferente de Clausewitz, escrevia com muita objetividade e clareza. Durante muito tempo após as Guerras Napoleônicas, Jomini foi estudado e seguido em suas estratégias, de linhas de avanço estáticas, cercos e trincheiras. O ápice desta estratégia foi a 1a Guerra Mundial, a guerra estática.
    No desenrolar do livro, Duggan passa comparando a estratégia Jomini x Napoleão.


    Postulados por Von Clausewitz posteriormente, os princípios da estratégia de Napoleão seriam:
    1. Combinações da História.
    2. Presença de Espírito.
    3. "Estalos" ou "Golpes de Vista".
    4. Determinação.



    Combinações da História
    Napoleão sabia muito bem que a história das guerras sempre se repete. A tática pode mudar de combate a combate, de tempos em tempos. Mas a estratégia não muda muito. Ou pelo menos os princípios não são tantos nem mudam tanto. Portanto estudar a história de "guerras" passadas ajuda a entender as atuais e poder aplicar a estratégia correta. Profundo conhecedor de Alexandre e provavelmente de Sun Tzu, Napoleão era ávido por estudar guerras. Não à toa, fez muitas ele mesmo.


    Presença de Espírito
    Comandar as tropas da retaguarda não lhe trás vantagem alguma. Fica totalmente dependente das informações que chegam do front e não lhe permite ver com os próprios olhos. Afinal, para se ter golpes de "vista" precisa-se ver de perto! E Napoleão, ao contrário de seus contemporâneos comandava do front. As suas duas únicas derrotas (Rússia e Waterloo) foram quando não teve oportunidade de estar na frente dos acontecimentos ou quando deixou os inimigos anteverem suas intenções, tornando-se previsível, não lançando mão de golpes de vista.





    "Golpes de Vista"
    Insights no momento do combate, fruto da análise da situação. Napoleão sempre venceu porque escolhia o campo-de-batalha. Inspecionando a frente, encontrava os terrenos mais favoráveis e as oportunidades mais inusitadas, antecipando-se aos seus inimigos.



    Determinação
    A persistência é fundamental para quem procura oportunidades surgirem no front. Mas não adianta impor suas vontades à situação e sim o contrário, adaptar suas vontades à situação, buscando oportunidades, os estalos, de vitória.


    Duggan analisa não somente o caso de Napoleão, mas outros na história em que a estratégia foi fruto de "golpes de vista", típicos "bonapartes" em ambientes "jomini": Picasso, Joana D'Arc, Patton, Alice Paul, a Revolução Meiji e Mohammed Yunus mais recentemente. O livro foi escrito antes da explosão do Google, mas Duggan explora esse caso também em suas palestras.


    Leitura muito boa, que prende muito a atenção. Interessantíssimos pontos (golpes...?!) de vista.
    :)
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